por António Mendes Curado, Coimbra, 30-12-2003
Nasceu na ilha de Bourbon, hoje em dia com o nome de Réunion (Reunião), neto de Bertrand François Mahé, conde de La Bourdonnais (Saint-Malo 1699 – Paris 1753), marinheiro e administrador francês, governador das ilhas da França (ilhas Maurice e de Bourbon). Derrotou os Ingleses em Madrás em 1740 e contribuiu para o estabelecimento dos interesses franceses na Índia.
Louis-Charles foi enviado para França para continuar os estudos no Liceu Henri IV em Paris. Descobre o xadrez em 1814 - Napoleão estava então na ilha de Elba - e frequenta assiduamente o Café de la Régence, onde se tornou aluno de Alexandre Louis-Honoré Deschapelles, então o melhor jogador de França. O aluno depressa ultrapassou o mestre, que abandonou o xadrez pelo jogo de cartas, o whist.
Em 1821 defrontou a três, John Cochrane 7 - 0 e Deschapelles 6 – 1. Em 1823 defrontou Lewis ganhando com um resultado de 5 – 0. Em 1825 dirige-se pela primeira vez à Inglaterra, onde ganha a todos os jogadores que o defrontam. Em Julho casa com uma senhora inglesa, Eliza Waller Gordon. De volta a Paris, em 1831, encontra a ruína, pois descuidara os seus negócios. Pondera então a ideia de viver exclusivamente do xadrez. Em 1833, em Paris, publica em dois volumes « Le Nouveau Traité du Jeu d'Echecs », obra que será traduzida para russo e espanhol. De volta a Londres em 1834, defronta numa série de 6 “matches”, que ultrapassaram os quatro meses de duração, o jogador irlandês Alexandre McDonnell (Belfast 1798-1835), considerado então como o melhor do Westminster Chess Club, de Londres (fundado em 1831 por George Walker) e de todo o Reino Unido. La Bourdonnais bate-o largamente com um score de +45 -27 = 13 e passa a ser considerado como o melhor jogador do mundo. [deixamos abaixo um dos mais famosos jogos dessa série de encontros, N. do E.] O seu estilo vigoroso põe em prática os ensinamentos de Philidor e reconhece plenamente a importância do centro. Isto fez dele um grande estratega, sem perder de vista a visão táctica. As partidas dos seus “matches” foram publicadas e comentadas, contribuindo indubitavelmente para o desenvolvimento posterior do jogo do xadrez. Em 1836, com Joseph Mery, fundou Le Palamède, a primeira revista inteiramente consagrada ao xadrez. No fim da vida é assombrado pela doença e por dificuldades financeiras. Em 1840 volta pela terceira vez a Londres, onde alguns amigos lhe arranjam emprego no Simpson's Divan. Ainda disputa algumas partidas de xadrez em público, mas está cada vez mais doente e morre em 13 de Dezembro de 1840. As autoridades da ilha de Bourbon concederam-lhe, um pouco tarde, uma pensão de 3000 F. Mas a sua viúva jamais verá qualquer franco. Tal como McDonnell, está sepultado em Kensal Green.
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